O amor
O que é, afinal, o amor? Indissociado da liberdade,
o amor é a expressão última do sentir autêntico do
nosso ser. É, dessa forma única, um reflexo de nós
próprios enquanto indivíduos separados que procuram
a unidade.
O verdadeiro amor é eterno e livre. Perdura para além das
condicionantes temporais da vida na Terra e manifesta-se
sobre a forma de uma liberdade absoluta. A medida do amor
é a imensa alegria de partilhar; mas, justamente, deverá tratar-se
de uma partilha em que no dar e no receber sempre nos ampliamos.
O olhar que me reduz ou me limita na busca da minha individualidade
própria não pode ser confundido com amor. Tal como a satisfação de
um desejo instintivo, que se esgota, porque não tem por onde
acrescentar mais Vida à minha existência, também não é amor.
Qualquer forma de medo, de dependência, pode ser confundida
com amor, se nos sentirmos fragilizados e carentes e sem uma
verdadeira auto-estima pessoal.
Por isso, só é possível amar, quando de todo não
estamos dependentes do outro. Quando no outro reconhecemos
apenas aquilo que nos faz crescer e nos amplia e que, voluntariamente,
partilhamos.
Por isso, também, o amor não existe se não se expressar em
inteira liberdade. O caminho do outro faz-se não na medida
da minha necessidade ou fragilidade pessoal, mas, sim, na medida
do crescimento interior que ele e eu precisamos atingir.
Não estar acompanhado por ter medo de estar só.
Não seguir uma mesma estrada por que não se tem um
caminho pessoal para cumprir.
O amor é, acima de tudo, um diálogo a nível interno,
a nível da alma. E, nesse diálogo, não pode haver prisão.
Não pode haver condicionamento. A única forma do amor
existir é alimentá-lo com a verdade e a liberdade. E, então,
amar mais não é do que abrir a alma ao outro em quem
eu reconheço qualidade – sem que qualquer forma de
escravidão condicione a expressão do afecto.
O amor é sempre livre: não comporta o medo nem a dependência.
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