Tenhamos a alegria de dar alegria. Ajamos,
no mundo, visando à felicidade e ao benefício dos outros.
Nem sempre é fácil
acreditar, e ter presente, que sermos, para os outros, agentes de Paz, de
bem-estar e de harmonia, cumpre um objetivo de vida. Na verdade, de algum modo,
todo aquele que faz o bem e procede com cordialidade para com outro deseja e
carece de uma palavra de apreço do seu semelhante. Não é portanto fácil fazer o
bem, proceder com bem, e recolher dos outros o desdém, a humilhação ou o
sentimento ínvio da inveja que não dá azo ao reconhecimento de um valor humano.
Nem sempre é fácil;
contudo, digamos, que é necessário. É necessário sermos capazes de agir no
mundo, tendo como fito a felicidade de quem nos rodeia ou de quem nos é
próximo. É necessário este valor maior, totalmente abnegado, de dar o melhor de
si mesmo aos outros, e, através dos outros, dar o melhor de si mesmo ao Mundo.
Este é o nosso contributo humano e individual – o único possível numa vida. E a
verdade é que não há outra forma de contribuir positivamente para o bem comum,
o bem do Mundo, se não através daqueles que a Vida colocou ao nosso lado.
Mas há uma linha de
fronteira – uma ténue e difícil de distinguir linha de fronteira – que permite
a cada um perceber até aonde deve ir na sua atitude abnegada de fazer o bem,
quando o retorno é desgracioso ou até violento. E, embora seja certo que cada
um tem o seu karma, no sentido de que fazer o bem implica uma atitude
particular de um certo indivíduo e que retribuir com o mal implica uma outra
atitude particular de um outro certo indivíduo, o certo é que o Bem vence –
porque só o Bem pode vencer – e, de algum modo, fazer o Bem implica, de alguma
forma, um retorno equivalente desse Bem, nesta ou noutra vida.
Poder-se-ia dizer que existe nesta atitude,
então, uma nota de egoísmo e de interesse pessoal. Mas não é assim. Um
indivíduo que, por natureza interior, visa e promove o bem à sua volta,
desenvolve uma ação espontânea e natural em si mesmo e, na verdade, nem sabe,
nem é capaz, de agir naturalmente de uma outra maneira. O seu primeiro
pensamento não é de todo o que ele vai ganhar com a sua ação. O seu ato é antes
uma extensão de si e o seu pensamento
dirige-se em direção aos outros e não em direção a si próprio.
E, com isto, se define
um certo e particular percurso de vida e não é possível, porque isso iria contra
a natureza do seu Ser, um homem ou uma mulher alterar esta que é a base da sua
Consciência – congregar, à sua volta, o Bem, a Harmonia e a Paz.
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