Na existência, nada é dispensável.
O claro e o escuro fazem parte da essência da Vida
e, como tal, fazem parte de cada um de nós.
As nossas raízes estão na Terra, mas é para o alto
que as árvores crescem e é para o alto que o homem
deve também ascender. Pois, onde há equilíbrio, há a
movimentação de opostos.
Não existe, para o homem comum, uma plenitude
sem que o ser humano mergulhe na alegria e na dor,
no sofrimento e na satisfação; e inteligentemente, no
paroxismo destes opostos, o homem encontra o ponto de
equilíbrio,
se souber entender que desta dinâmica nada deve ser
rejeitado,
mas, sim, integrado. Iluminar a dor e a alegria é dar sentido
às coisas – e tudo o que tem sentido torna-se justo e
equilibrado.
Por isso o homem deve caminhar na Terra, com os pés bem
firmes,
e conscientemente desperto, ao mesmo tempo que tem
consciência que para além desta dimensão material, outras
dimensões
estão presentes. Anular uma em detrimento da outra gera,
naturalmente,
o desequilíbrio e não promove uma vida saudável e dinâmica.
E justamente, tudo no Universo apela ao dinamismo em nós
como forma de vivência plena e integral.
Quando o homem sente que lhe falta alguma coisa é porque não
está
a caminhar em todas as direcções; é porque está preso numa
dimensão da existência, ignorando que na dinâmica da vida
a multiplicidade é a chave que abre a porta à harmonia.
O homem só alcança a liberdade, quando experimenta o
aprisionamento;
só entende a alegria, quando conhece a tristeza;
só encontra o espírito, quando aceita o seu corpo físico,
mortal.
Sem defender a justiça e a equanimidade na Terra, o
homem não pode esperar o paraíso no Céu.
Ignorar uma dimensão da Vida não pode gerar equilíbrio;
o despertar do homem tem de ser feito em todas as direcções,
e,
sem nada rejeitar em si mesmo, nada rejeita, de igual modo,
no universo, pois que tudo faz parte da essência da Vida.
Assim, acordar para a tristeza e para a dor é despertar para
a alegria
e para a plenitude.
Sem comentários:
Enviar um comentário